Sua teoria chamada de Epistemologia Genética ou Teoria Psicogenética é
a mais conhecida concepção construtivista da formação da inteligência.
Jean Piaget, em sua teoria, explica como o indivíduo, desde o seu nascimento, constrói o conhecimento
De
acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de
sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas
cognitivas derivando cada estrutura de estruturas precedentes. Ou seja, o
indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o
tornam cada vez mais apto ao equilíbrio.
Essas construções seguem
um padrão denominado por Piaget de ESTÁGIOS que seguem idades mais ou
menos determinadas. Todavia, o importante é a ordem dos estágios e não a
idade de aparição destes.
SENSÓRIO-MOTOR (0 A 2 ANOS)
A partir de reflexos neurológicos
básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar
mentalmente o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e
tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e
imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplos:
O
bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o
que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um
objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
PRÉ-OPERATÓRIO (2 A 7 ANOS)
Também chamado de estágio da Inteligência Simbólica . Caracteriza-se,
principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construídos no
estágio anterior (sensório-motor).
A criança deste estágio:
É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês").
Já pode agir por simulação, "como se".
Possui percepção global sem discriminar detalhes.
Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Exemplos:
Mostram-se
para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a
forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue
igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
OPERATÓRIO-CONCRETO (7 A 11 ANOS)
A criança desenvolve noções
de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., já sendo capaz de
relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se
limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto
para chegar à abstração.
desenvolve a capacidade de representar
uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação
observada (reversibilidade).
Exemplos:
despeja-se a água
de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga
se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que
a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
OPERATÓRIO-FORMAL (12 EM DIANTE)
A representação agora permite
a abstração total. A criança não se limita mais a representação
imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de
pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a
partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade.
Em
outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível
mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o
raciocínio lógico a todoas as classes de problemas.
Exemplos:
Se
lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha
enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não
com a imagem de uma galinha comendo grãos.
Observação: a maioria
dos exemplos foram retirados da reportagem "Jean Piaget", escrita pela
jornalista Josiane Lopes, da revista Nova Escola, ano XI, nº 95, de
agosto de 1996.
Reporter: Rodolfo Gaeschlin e Ana Raquel.
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